domingo, 21 de junho de 2009

Passageira nos trilhos de Araçatuba

No último dia 11 de junho ocorreu o lançamento do livro "Nos Trilhos do Centenário - Passageiros de Araçatuba'', na sede do jornal Folha da Região. Trata-se de uma coletânea de 100 crônicas sobre personagens conhecidos da história de Araçatuba. Fui homenageada com uma crônica escrita pela escritora Nadir Storti, da Academia Araçatubense de Letras.
Não pude estar presente no coquetel de lançamento, mas meu filho Luiz Tadeu Rocha me representou.

Na quarta-feira (17) a Folha da Região publicou na Coluna dos Leitores um texto que escrevi em agradecimento. Transcrevo-o abaixo:

Não pude estar presente na ocasião do lançamento do livro "Nos Trilhos do Centenário - Passageiros de Araçatuba", realizado na última quinta-feira (11). Mas meu filho Luiz Tadeu Rocha lá esteve e me representou. Quero, por meio desta Coluna, agradecer a Folha da Região e a Academia Araçatubense de Letras por terem me escolhido para ser personagem. Agradeço a Nadir Storti pela bela crônica sobre a minha vida. Fazer parte de um livro que homenageia tantas pessoas importantes para a cidade muito me honra e me deixa profundamente feliz. A Folha da Região, desde os tempos do saudoso Genilson Senche, vem trabalhando pela informação, cultura e história de Araçatuba e região com dinamismo, entusiasmo e competência. E esse livro recém-lançado vem corroborar com essa tradição. Parabéns Ana Eliza Lemos Senche e a todos que compõem o grupo Folha.

Foto: Alexandre Souza (reprodução da capa)

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Cido Sério e Carlos Hernandes prestigiam Exposição

Na semana em que completei 80 anos de idade, em janeiro deste ano, expus alguns quadros no saguão da Prefeitura de Araçatuba. O prefeito Cido Sério e o vice Carlos Hernandes prestigiaram a exposição e me receberam carinhosamente em seu gabinete.
Agradeço a todos da Prefeitura e da Secretaria Municipal de Cultura pela atenção e carinho com que me trataram.

Ao prefeito Cido Sério e ao vice Carlos Hernandes, compus as duas quadrinhas abaixo colocadas, como forma de agradecê-los e incentivá-los à frente da Prefeitura de Araçatuba.

Ao prefeito

Prefeito Cido Sério,
não tem mistério!
Vai levantar este império
com ideal e trabalho sério.

Ao vice

Carlos Hernandes, vice-prefeito,
pelo povo foi eleito...
Empresário varonil,
além fronteiras do Brasil!


Fotos: Departamento de Comunicação da Prefeitura de Araçatuba

sexta-feira, 20 de março de 2009

Minha História

Por Anderson Augusto Soares*

Idealizadora. Criativa. Simples e sofisticada. Uma mulher cuja vida foi rodeada por pincéis, telas e crianças. Uma artista que produz e trabalha para a arte e para os artistas. A maior artista plástica do interior paulista, não só pelas premiações mas sobretudo pela criatividade e variações de traços. É seguidora de Pablo Picasso. E sabe ser acadêmica. E sabe ser decorativa. E sabe ser inventiva.

Ela criou o primeiro Museu Infanto-juvenil do estado de São Paulo. Fundou a primeira Escola de Arte Infanto-juvenil de Araçatuba. Viu muitos de seus alunos serem premiados. Uma senhora que tem o hábito de preservar a arte, a cultura. Guarda com carinho trabalhos seus e de seus alunos. Foi professora que lecionou para despertar a criatividade e a imaginação das crianças. Tem 80 anos e ainda muitos projetos.

Porque quando Deus quer e Mildred sonha, a obra nasce.

Infância e juventude

Mildred Pacitti Rocha nasceu no dia 27 de janeiro de 1929, em Birigui-SP. É filha de Américo Pacitti e de Maria D'Aquino Pacitti. Desde muito cedo ela manifestava interesse pela arte. "O meu pai foi a pessoa que me incentivou desde criança; o meu primeiro quadrinho foi ele que guardou", relembra com saudades a octagenária senhora. Trata-se de um desenho feito numa escolinha particular em Birigui-SP, em 1935, quando Mildred tinha apenas 6 anos de idade. Um desenho muito bem feito para uma criança naquela idade. A pequena obra está em sua casa.

A artista começou a fazer o ginásio ainda em Birigui, mas os pais queriam lhe dar uma educação mais aprimorada. Matricularam-na em um tradicional colégio interno de São Paulo, o Santa Inês, onde Mildred teve aulas com grandes professores, como o italiano Amadeo Sperandio. Mildred estudou nesse colégio graças ao incentivo do seu tio, o Dr. Waldemar Baroni Santos(Presidente fundador da Academia Brasileira de Ciências Sociais e professor adjunto das Unesp).

No Santa Inês aprendeu muitas técnicas, aprimorou suas habilidades. Desse tempo ela se recorda que tinha o hábito de sentar perto da janela, na primeira carteira, para que pudesse ver as paisagens que lhe serviriam de inspiração.

Aos 17 anos, a jovem artista disse ao pai que desejava voltar para o interior. Ela estava no último ano do curso normal. A família muda-se para Araçatuba, porque em Birigui não havia escola normal. O pai matriculou-a no I.E. (Instituto Educacional Manoel Bento da Cruz). Com a bagagem adquirida em São Paulo e sua criatividade, Mildred se tornou uma das melhores alunas da sala. A pintora se considera araçatubense porque desde essa época mora na terra dos araçás. Retratou a cidade em muitos momentos.

Sua professora no I.E., Dona Ruth, apresentou-lhe João Rocha Filho (irmão do doutor Plácido Rocha). O João gostava da jovem artista. Dava sempre um jeito de ir vê-la no colégio. Passava em frente ao I.E. com sua "baratinha" conversível... Mildred, tímida para namoros, fugia dele. Mas um homem apaixonado não desiste facilmente. Ele continuou a flertá-la. Mais tarde o condutor da baratinha foi ter com os pais dela: pediu a mão da moça em namoro, como convinha naquela época.

Em 1949, o persistente e a artista casam-se. Do enlace matrimonial, nascem dois filhos: Luis Tadeu Rocha e João Antônio Rocha Neto.Exposições e premiaçõesEm 1955 Mildred faz a primeira exposição individual de seus quadros, com a presença do monsenhor Victor Ribeiro Mazzei. "Naquele tempo pouco ou nada se falava de arte". Em 1960 expôs suas obras na Associação Comercial, junto com outros pintores, como Anita Campos e Eddio Castanhera, e estudantes da Faculdade de Odontologia. O seu quadro "Santa Ceia" ficou em 1º lugar em concurso do Salão Nacional de Artes Plásticas, em 1978. No mesmo ano, seu quadro "Brasil Histórico" recebeu menção honrosa no 42º Salão Paulista de Belas Artes em São Paulo. Sua tela "Terra dos Araçás" rendeu-lhe a medalha de ouro da Sociedade Brasileira de Belas Artes, no Rio de Janeiro, em 1982, o 1º lugar no 4º Salão Nacional de Artes Plásticas em São Paulo (1983) e o 1º lugar da União Nacional de Artes Plásticas (UNAP), em 1988.

Em 2003 expõe no Shopping Center de Araçatuba suas obras feitas no estilo "Correntinhas" (uma técnica criada pela própria Mildred, em que ela usa canetas hidrocor imitando os pontos de crochê). Em 2008 expõe 100 quadros no auditório da OAB de Araçatuba. Em 2009, para comemorar seus 80 anos, a Prefeitura de Araçatuba faz uma exposição, no saguão do paço, com parte da sua obra.

A Escola de Arte Infantil e o Museu Infanto-juvenil

Mildred foi também professora. Deu aulas nas escolas Cristiano Olsen e Genésio de Assis, como substituta. Mas ela queria mesmo era criar a sua própria escola. Uma escola diferente em que pudesse ensinar arte para as crianças. Procurou o pai e lhe disse: "pai, eu quero um local pra fazer uma escolinha de arte". Américo Pacitti reformou uma edícula que tinha em sua casa, e assim nascia a 1ª Escola de Arte Infantil de Araçatuba (a "Bamby"), em 1967. No início, Mildred contou com a ajuda da amiga e também professora Isaura de Paula. Esta precisou abandonar o projeto para se dedicar a outras atividades.

De 1968 em diante Mildred cuida da escolinha com o auxílio da professora Lavínia Verde e das irmãs Maria Rita e Ana Maria Arruda Soares. Viu muitos de seus alunos receberem prêmios pela qualidade de seus quadros. É o caso de Maria Cristina Rezeck Nunes, que ficou em 1º lugar em um concurso promovido pelo jornal Folha de São Paulo.Em 1971, o professor Franco Baruselli, que fundou o Instituto Noroestino Trabalho, Educação e Cultura (o Intec), propõe à professora de artes que sua escola se transferisse para o Instituto. Mildred aceita. Segundo a artista isso representou uma grande mudança na trajetória da escolinha, porque antes os alunos eram da elite; no Intec, todos podiam receber as aulas, inclusive as crianças da periferia da cidade.

Escola de Arte Infantil ficou no Intec até 1975, quando foi municipalizada por iniciativa do então prefeito Valdir Felizola de Moraes. Todos os desenhos produzidos pelos alunos foram guardados pela professora Mildred. Ela queria preservar a obra de "artistas da nossa terra". Com tanto material guardado (cerca de dois mil desenhos), a sagaz artista teve a ideia de criar um museu infanto-juvenil. Antes, precisou emoldurar os desenhos. Foi pedir patrocínio no comércio de Araçatuba, loja por loja. Conseguiu enquadrar cerca de 200 desenhos. Já dava um acervo pra museu. Mas... e paredes onde pendurar os quadros? Solicitou o prédio situado na rua XV de Novembro, 197, ao então prefeito Domingos Martins Andorfato. Ele cedeu. Mas o local precisava de grande reforma. A Prefeitura dava a mão-de-obra, não o material. E lá foi Dona Mildred pedir aos empresários ajuda para a recuperação do local. Depois de muito andar, conseguiu todo o material necessário.

No dia 10 de abril de 1994 é inaugurado o 1º Museu de Arte Infanto-juvenil do Estado de São Paulo.

Projetos e agradecimentos

Apesar de ser uma artista consagrada, Dona Mildred faz questão de agradecer a todos que, de alguma forma, ajudaram-na em sua trajetória. Estende o seu agradecimento ao seu filho Luiz Tadeu; ao presidente da OAB em Araçatuba, José Roberto Quintana e a todos os funcionários da sede; ao atual secretário de Cultura, Hélio Consolaro, e à Prefeitura de Araçatuba; à família Andorfato; à vereadora Tieza, à ex-prefeita Germínia Dolce Venturolli, ao reitor do Unitoledo, Bruno Toledo; aos diretores do Thathi-COC; ao radialista e diretor da UNA, Cid Mazzini... E tantos outros que contribuiram de alguma maneira para a realização dos projetos da artista octagenária.

Entre os desejos da incansável artista está a construção de uma Pinacoteca, onde Dona Mildred deseja disponibilizar a todos uma coleção de 100 volumes contendo informações do século 20 confeccionados por seu pai, Américo Pacitti, além de seus quadros. Ela também está com 2 livros prontos para publicação: um sobre a técnica "Correntinhas" e outro sobre a história da sua vida(1). Também tem uma coleção de poemas, que deseja publicar em livro.

Apesar da idade, quer ainda pintar muito. "Eu quero parar só quando Deus me chamar; estou com 80 anos e assim que eu melhorar, vou pegar o cavalete, tintas - as tintas primárias!, as tintas da vida!, azul!, verde!, amarelo!... eu quero ver a minha arte nessa idade."

Alguém duvida?

*Para este blog, o texto foi editado pela D.Mildred. O texto acima foi publicado no blog Caderno do Anderson no dia 6 de março de 2009.

(1) "Agradeço de coração ao empenho da vereadora Maria Tereza Marques de Oliveira (a Tieza) por todo o apoio ao meu trabalho artístico e também pela organização de dois livros meus que serão editados futuramente."(Mildred)

terça-feira, 17 de março de 2009

O Sonho de uma Pinacoteca

Meu pai, Américo Pacitti, guardou cerca de 100 fascículos contendo assuntos variados, como arte, cultura, medicina, direito etc. Ele recortava as notícias, os artigos, tudo o que acontecia de novidade no campo do conhecimento humano. Grande parte do que aconteceu no século 20, ele guardou. Quero, com esses fascículos e minha obra, dar início a uma dos meus grandes projetos: crir uma Pinacoteca.

Com a ajuda de todos, ainda quero ver esse sonho realizado.